quinta-feira, 23 de agosto de 2012

BTG Pactual compra rede de farmácias Big Ben por R$ 450 milhões


Fernando Scheller, de O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - A Brazil Pharma, braço de farmácias do banco BTG Pactual, anunciou a compra de 100% da rede paraense Big Ben por R$ 453,6 milhões. Com a aquisição da líder no mercado do Pará, que tem 146 lojas e receita de R$ 800 milhões, o faturamento da Brazil Pharma vai chegar perto de R$ 2 bilhões. A Big Ben será a quinta marca do braço de farmácias do BTG, que já administra as redes Farmais, Guararapes, Mais Econômica e Rosário. 
A exemplo do que ocorreu com as outras marcas, o empreendedor original será mantido à frente do negócio - no caso da Big Ben, fica no comando o empresário Raul Aguilera. Do total pago pelo BTG, a família receberá R$ 275 milhões em dinheiro. O restante será pago em ações da Brazil Pharma. A rede paraense foi assessorada no negócio pelo banco Credit Suisse.
A aquisição da Big Ben teve pitadas de drama. Ao longo dos últimos dois meses, a Brazil Pharma vinha negociando a compra da principal concorrente da Big Ben no Pará, a Extrafarma. Fontes de mercado dizem que o BTG estaria disposto a pagar R$ 260 milhões pelo controle da Extrafarma - os donos da empresa, no entanto, pediriam algo em torno de R$ 400 milhões. Uma negociação para um valor intermediário estava em curso.
No entanto, em meados de outubro, a Brazil Pharma foi surpreendida pelo início de uma negociação paralela entre a Extrafarma e a Big Ben. Como as duas redes eram consideradas atraentes na avaliação do banco - e a ordem na Brazil Pharma sair de sua posição intermediária no setor de farmácias -, o fim da negociação com a Extrafarma abriu espaço para o início da pressão sobre a Big Ben.
O diretor de relações com o investidor da Brazil Pharma, Renato Lobo, admite que a negociação prévia com a Extrafarma, mas afirmou que a decisão pela Big Ben foi motivada essencialmente pelo fato de se tratar de um ativo de melhor qualidade.
Segundo o BTG, cerca de 20% da receita da Big Ben são provenientes de produtos proibidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em drogarias, como livros, CDs e DVDs. A Big Ben mantém os produtos nas prateleiras com liminares. "Por enquanto, os produtos continuarão a ser vendidos até que uma decisão definitiva sobre o tema seja tomada", disse Lobo.
Segundo fontes de mercado, tanto a Big Ben quanto a Extrafarma eram consideradas atraentes pela Brazil Pharma por conta do perfil de suas lojas, que seguem um lay-out que foge do padrão popular característicos de grandes redes de fora do eixo Rio-São Paulo, como a Pague Menos. Essa característica garante um faturamento maior por unidade.
No caso da Big Ben, o BTG agiu rápido para evitar uma fusão entre as duas companhias e evitar perder a chance de aumentar sua presença no Norte do País, região pouco explorada pelas grandes redes de farmácias do País, que ainda se concentram no Sul e Sudeste. "No fim das contas, quem saiu prejudicada foi a Extrafarma. Tendo o BTG por trás, a Big Ben fica muito mais forte, com mais chance de negociação com fornecedores e competição pelo preço", diz fonte próxima ao acordo.
Apetite
A aposta do mercado é que as compras da Brazil Pharama devem continuar nos próximos meses - entre os alvos olhados de perto pelo banco estão a São Bento, do Mato Grosso do Sul. Mesmo com a nova aquisição, o faturamento das marcas da Brazil Pharma palidece em relação às líderes de mercado - os grupos formados pela união de Drogaria São Paulo/Pacheco e DrogaRaia/Drogasil -, que têm receitas acima de R$ 4 bilhões.




Será que nós farmacêuticos ainda conseguiremos um dia fazer do Brasil um país de drogarias vistas como estabelecimento de saúde.????
Reginaldo Costa,



Nenhum comentário: